Indústria extrativa: análise do setor extrativo mineral do Pará
Jessica Costa de Sousa
Victória Labes
Ângela Taírsa
A indústria extrativa mineral do Pará exerce papel fundamental na geração de riqueza e contribui de forma significativa para o PIB estadual. Os grandes projetos de mineração no estado tiveram início na década de 1970, provocando profundas transformações no território: instalaram-se em áreas até então pouco ocupadas, dando origem a novos municípios e núcleos urbanos influenciados pelas obras de infraestrutura (Borges; Borges, 2011). Hoje, a maior parte dessas operações é conduzida por empresas privadas com acionistas estrangeiros.
O Pará ocupa posição estratégica no cenário mineral brasileiro. Mais de 80% da produção nacional concentra-se em apenas dois estados: Minas Gerais e Pará. No Pará os principais minérios explorados são minério de ferro, ouro, bauxita, cobre e manganês, (ANM, 2025). O principal minério na pauta exportadora do Pará é o minério de ferro, em 2024, o valor total exportado deste minério atingiu R$11,3 bilhões (Comexstat, 2025). Além disso, no Pará encontra-se o município que mais gera o royalty Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM), Parauapebas, o município gerou R$1,2 bilhão em CFEM em 2024, e arrecadou em seus cofres R$761,9 milhões no mesmo ano, mantendo-se líder nacional nesse indicador (ANM, 2025).
No século XXI, o Pará consolidou-se na cadeia produtiva global, sobretudo com a exploração das reservas de Carajás. Durante o boom de commodities, o estado destacou-se na extração e exportação de minérios, em grande parte impulsionado pela demanda da China. Atualmente, a maior parte das exportações paraenses destina-se ao mercado asiatico, com destaque para a China, Malásia e Japão, evidenciando elevada dependência da produção local em relação ao consumo externo.
Diante da recente guerra tarifária promovida pelos Estados Unidos, especialmente contra a China, as commodities brasileiras já sofrem impactos: o aço nacional foi alvo de tarifa de 25% (Schreiber, 2025) e o agronegócio também foi atingido pelas medidas de Washington (CNN Brasil, 2025). Embora a mineração não tenha sido diretamente sancionada, os minerais exportados pelo Brasil integram cadeias produtivas globais que podem sofrer retaliações, tarifas de até 145% aplicadas à China podem refletir em toda a cadeia de produção de bens de tecnologia, que utilizam nosso minério como insumo (León, 2025; Montanini, 2025).
Este texto apresenta, portanto, uma análise concisa da atividade mineral no Pará, caracterizando sua produção, suas exportações e sua dependência do mercado internacional.
Produção e exportação mineral do Pará
Os principais minerais produzidos no estado são: bauxita (alumínio), minério de ferro, cobre, estanho e manganês. O Pará é líder na exploração de bauxita, além de possuir em seu território minério de ferro com alto teor de pureza com 63%, o que o torna economicamente atrativo (ANM, 2025). O Gráfico 1 apresenta a participação do Pará na produção total por minerais que são comercializados no Brasil. Destaca-se a participação dominante na comercialização da bauxita, seguido do manganês, cobre e minério de ferro.
Gráfico 1- Participação (%) da produção comercializada de minerais no estado do Pará entre 2014-2024
Fonte: Elaboração própria com base ANM, 2025.
Como observado no Gráfico 1, o Pará lidera a produção nacional de bauxita, respondendo por mais de 92% da produção total em 2022 (ANM, 2025). Já no minério de cobre, o estado representou mais da metade da produção nacional nos últimos anos, com participações de 73% em 2020, 68% em 2021 e 58% em 2022 (ANM, 2025). Quanto ao minério de ferro, a participação do Pará foi mais elevada em 2020, recuando para 44,7% em 2021 e 42,4% em 2022, mas mantendo sua participação significativa na produção do ferro (ANM, 2025).
Com base no Anuário Mineral brasileiro, publicado pela Agência Nacional de Mineração, os três minerais no qual o Pará tem maior participação nacional são: Bauxita, Cobre e Minério de Ferro. Na pauta de exportação de minérios do estado, os minerais ferrosos compõem a maioria, no âmbito estadual o minério de ferro representa mais da metade das exportações do setor. A Tabela 1 apresenta a participação dos principais minerais exportados pelo Pará entre 2014-2024. Pode ser observado a liderança do minério de ferro, seguido do cobre e Bauxita.
Tabela 1 – Principais minerais exportados pelo Pará entre 2020-2024 (Mt).
Minério |
2020 |
2021 |
2022 |
2023 |
2024 |
Minério de ferro |
183,0 |
176,0 |
159,2 |
161,1 |
168,5 |
Bauxita (minério de alumínio) |
4,4 |
5,1 |
4,1 |
4,7 |
5,2 |
Cobre |
0,9 |
0,8 |
0,5 |
0,8 |
0,9 |
Fonte: Elaboração própria com base Comexstat, 2025.
Entre 2020 e 2024, o minério de ferro manteve-se como protagonista, variando de cerca de 183 toneladas em 2020 para um mínimo de 159 toneladas em 2022, antes de recuperar-se para 168,5 toneladas em 2024. A bauxita não calcinada oscilou de 4,4 toneladas em 2020, alcançou 5,1 toneladas em 2021, recuou a 4,1 toneladas em 2022 e subiu novamente para 5,2 toneladas em 2024, refletindo os ritmos de demanda e oferta do alumínio. Já os outros minérios de cobre e concentrados responderam por volumes bem menores, movendo-se entre 0,5 toneladas (2022) e 0,9 toneladas (2020 e 2024), sem grandes picos, o que indica um mercado mais estável e de menor escala em comparação ao ferro e à bauxita. No geral, o quadro mostra que, apesar da volatilidade de ano a ano, o Pará manteve forte exportação de ferro e bauxita, com o cobre representando um nicho modesto.
O minério de ferro é protagonista nas exportações do Pará. No Gráfico 2 é apresentado a evolução da exportação do mineral, com preço corrigido com base no preço dos minérios do banco mundial.
Gráfico 2- Exportação do minério de ferro do Pará entre 2014-2024 (US$ constantes de 2014)
Fonte: Elaboração própria com base em Comexstat, 2025
Entre 2014 e 2024, as exportações de minério de ferro exibiram a maior magnitude e também maior volatilidade: iniciando em US$ 7,47 bilhões em 2014, caíram até cerca de US$ 6,89 bilhões em 2015, recuperaram-se e atingiram o pico de aproximadamente US$ 13,05 bilhões em 2021, antes de oscilar em torno de US$ 10–11 bilhões nos anos seguintes. O cobre, embora muito menor em valor, seguiu trajetória descendente entre 2014 (US$1,37 bilhões) e 2022 (US$1,29 bilhões), com leve recuperação em 2023 e 2024 para cerca de US$1,91 bilhões e 2,19 bilhões respectivamente. Já a bauxita permaneceu estável, sendo US$291,3 milhões em 2020, seu maior pico. O gráfico deixa claro o protagonismo absoluto do ferro, a importância secundária e terciária do cobre e da bauxita nas exportações do Pará.
O Gráfico 2, expõe a volatilidade no mercado das commodities minerais e a volatilidade que as exportações do Pará estão sujeitas. Além disso, a indústria mineral do estado é fortemente dependente do mercado internacional, em grande medida do mercado asiático. No Gráfico 3 é possível observar que a grande maioria das exportações do Pará tem como destino três países: China, Malásia e Japão.
Gráfico 3- Participação (%) dos países de destino das exportações da indústria mineral do Pará entre 2014-2024
Fonte: Elaboração própria com base em Comexstat, 2025.
Entre 2014 e 2024 observa-se um claro processo de concentração das exportações de minério de ferro na China, cuja participação saltou de 56,8% em 2014 para cerca de 74% em 2024, após uma breve queda em 2015. A Malásia, praticamente ausente em 2014, estabilizou-se entre 8% e 11%, enquanto o Japão viu sua fatia cair de 9,4% para 4,2%. Os demais paises agregados no grupo “Outros” diminuíram de 33,9% para cerca de 12,7%, sinalizando que os mercados secundários perderam espaço à medida que a China ampliou significativamente sua importância como destino das exportações brasileiras de minério.
A participação da Malásia também chama atenção. Na Malásia encontra-se Terminal Marítimo Teluk Rubiah que serve como base para a Vale estocar minério no país e distribuir para o restante da Ásia, o que reduz significativamente o tempo de transporte do minério, o que permite que o minério da Vale se torne mais competitivo no mercado asiatico (IBRAM, 2021).
Contudo, além dos ganhos logísticos, a adoção desse modelo de operação internacional em hubs como Teluk Rubiah é frequentemente associada a práticas de planejamento tributário que podem resultar em elisão fiscal. Elisão fiscal é um conjunto de práticas legais utilizadas por pessoas físicas ou jurídicas para reduzir ou evitar o pagamento de tributos, sem infringir a legislação vigente. Ou seja, trata-se de um planejamento tributário que busca minimizar a carga tributária por meio de brechas, lacunas ou alternativas previstas na própria legislação tributária.
Estudos demonstram que multinacionais instaladas na Malásia se valem de estruturas societárias e dos tratados fiscais amplamente favoráveis do país para reduzir legalmente suas cargas tributárias. Ademais, práticas como o treaty shopping indicam que jurisdições como a Malásia são recorrentemente utilizadas como conduítes fiscais no comércio internacional, permitindo às empresas reorganizarem suas cadeias de valor de modo a minimizar a tributação sobre lucros, dividendos e royalties. Assim, a escolha pela instalação do terminal na Malásia não apenas responde a critérios operacionais e de competitividade logística, mas também pode estar associada à busca por estruturas tributárias mais eficientes, ainda que dentro dos limites legais (ZUCMAN, 2015; TAX JUSTICE NETWORK).
A produção de minerais ferrosos, principalmente o minério de ferro, se concentra em dois municípios, Parauapebas e Canaã dos Carajás. Parauapebas é o maior produtor de minério de ferro do estado do Pará e um dos maiores do Brasil, seguido de Canaã dos Carajás, juntos em 2024 somam participação de 96,6% do minério de ferro exportado pelo estado (Comexstat, 2025). No Gráfico 3 é possível observar a participação dos municípios nos números de exportação.
Gráfico 4 – Participação (%) na exportação de minério de ferro por município do estado do Pará entre 2014-2024.
Fonte: Elaboração própria com base em Comexstat, 2025.
Os dados mostram que Parauapebas, que detinha praticamente 100% da exportação de minério de ferro do Pará em 2014, passou a dividir espaço nos últimos anos com Canaã dos Carajás, mas se mantendo como maior produtor de minério de ferro do estado de forma contínua ao longo da última década, chegando a 48,8% em 2024. Canaã dos Carajás teve crescimento expressivo na participação, saltando de zero em 2014 para 47,8% em 2024, praticamente igualando-se a Parauapebas como polo exportador. Curionópolis manteve participação modesta, variando entre 1,4% e 2,7%, enquanto a categoria “Outros” permanece quase irrelevante no cenário estadual. Esse movimento revela a ascensão de Canaã dos Carajás, mas que consolida a concentração geográfica do minério de ferro na região de Carajás no sudeste paraense.
Arrecadação de CFEM pelo estado do Pará
A Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM) representa uma fonte crucial de arrecadação para os cofres públicos do Pará, especialmente para municípios mineradores. Entre eles, Parauapebas e Canaã dos Carajás se destacam como os maiores arrecadadores. Parauapebas, com longa trajetória ligada à exploração de minério de ferro na Serra dos Carajás, lidera historicamente em volume de royalties. Já Canaã dos Carajás, sede do complexo S11D, o maior projeto de minério de ferro em operação da Vale, também tem ampliado significativamente sua participação na CFEM estadual. A predominância desses dois municípios se deve à sua contribuição conjunta de mais de 96% das exportações de minério de ferro do Pará. Dessa forma, a CFEM não apenas fortalece as finanças locais, como também evidencia a dependência econômica regional da atividade mineral, sendo fundamental para investimentos em infraestrutura, saúde e educação.
No Gráfico 5 é apresentado a arrecadação e distribuição da CFEM pelo estado do Pará, devidamente deflacionada.
Gráfico 5- Arrecadação e Distribuição de CFEM no estado do Pará entre 2014-2024
O Gráfico 5 revela que, embora a arrecadação de CFEM tenha crescido de forma acentuada entre 2014 (R$504,8 milhões) e 2021 (R$4,65 bilhões), o montante efetivamente distribuído aos municípios não segue a mesma trajetória. Em 2021, por exemplo, R$4,65 bilhões foram recolhidos, mas apenas R$2,80 bilhões chegaram a ser repassados. Depois do pico de 2021, tanto arrecadação quanto distribuição caem até 2023, com ligeira recuperação em 2024. Essa defasagem constante evidência o tempo e as regras de repasse, antecipações, retenções e corretivos orçamentários, que retardam ou reduzem o fluxo de recursos aos municípios, ressaltando a importância de acompanhar não apenas o que se arrecada, mas o que de fato se torna disponível para investimentos locais.
Dados oficiais da ANM mostram que, em termos reais (ajustados pela inflação), a arrecadação da CFEM no Pará cresceu muito entre 2014 e 2024. Em 2014 foram arrecadados cerca de R$ 504,8 milhões e em 2021 esse montante saltou para aproximadamente R$ 4,8 bilhões. No entanto, o valor efetivamente distribuído no próprio estado é sempre menor, pois a CFEM é paga primeiramente à União, que por sua vez a repassa a estados e municípios. A Lei 13.540/2017 definiu que, do total arrecadado, 10% fica com a União (destinados a agências federais, como ANM, MCTI e Ibama), 15% vai para o estado produtor, 60% para os municípios mineradores e 15% para municípios afetados pela atividade mineral. Ou seja, o Pará detém cerca de 75% do valor bruto arrecadado em seu território (15% do Estado + 60% dos municípios), enquanto os demais 25% são distribuídos a outros entes, explicando por que os repasses locais são sempre menores que a arrecadação total.
Considerações Finais
Este estudo demonstrou a importância estratégica da indústria mineral paraense e sua forte exposição ao mercado chinês. A produção de bauxita, cobre e minério de ferro, embora volátil, manteve‑se robusta: o minério de ferro permanece como carro‑chefe das exportações em valor e volume, enquanto a bauxita domina a produção nacional. Parauapebas e Canaã dos Carajás concentram 96,6% das exportações de ferro, evidenciando concentração geográfica e econômica.
A CFEM, por sua vez, elevou a arrecadação de R$504,8 milhões em 2014 a R$ 4,65 bilhões em 2021, mas a distribuição real para municípios segue defasada, reflexo das regras da Lei 13.540/2017 e dos prazos de repasse. A defasagem entre arrecadação e distribuição destaca a necessidade de monitorar não apenas a receita bruta, mas os recursos efetivamente disponíveis para investir em infraestrutura, saúde e educação.
A dependência máxima da China, bem como os riscos de disputas tarifárias, ressalta a urgência de políticas que diversifiquem mercados e promovam o adensamento da cadeia metalúrgica no Pará. Para mitigar essa vulnerabilidade, recomenda‑se: (i) buscar novos mercados fora do eixo sino‑asiático; (ii) incentivar o processamento local de minérios; e (iii) fortalecer mecanismos de governança e transparência na gestão dos royalties. Essas estratégias poderão tornar a riqueza mineral vetor sustentável de desenvolvimento regional, menos suscetível às flutuações externas.
Referências
AGÊNCIA NACIONAL DE MINERAÇÃO. Anuário Mineral Brasileiro: 2024. Brasília: ANM, 2024. Disponível em: https://www.gov.br/anm/pt-br/assuntos/economia-mineral/publicacoes/anuario-mineral. Acesso em: 04 abr. 2025.
AGÊNCIA NACIONAL DE MINERAÇÃO. Maiores arrecadadores de CFEM – Relatório on-line. Disponível em: https://sistemas.anm.gov.br/arrecadacao/extra/relatorios/cfem/maiores_arrecadadores.aspx. Acesso em: 04 abr. 2025.
BARROS, Camila; MACHADO, Juliana. Como a política tarifária de Trump pode afetar a Vale (VALE3)? Veja, São Paulo, 12 fev. 2025. Disponível em: https://veja.abril.com.br/economia/como-o-politica-tarifaria-de-trump-pode-afetar-a-vale-vale3/. Acesso em: 22 abr. 2025.
BORGES, Fabrini Quadros; BORGES, Fabricio Quadros. ROYALTIES MINERAIS E PROMOÇÃO DO DESENVOLVIMENTO SOCIOECONÔMICO:: UMA ANÁLISE DO PROJETO CARAJÁS NO MUNICÍPIO DE PARAUAPEBAS NO PARÁ. Planejamento e Políticas Públicas, n. 36, 2011.
CNN BRASIL. Tarifaço de Trump: entenda os impactos para o agronegócio brasileiro. Brasília, 5 abr. 2025. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/economia/macroeconomia/tarifaco-de-trump-entenda-os-impactos-para-o-agronegocio-brasileiro/. Acesso em: 22 abr. 2025.
COMEXSTAT. Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Comex Stat – Municípios. Disponível em: https://comexstat.mdic.gov.br/pt/municipio. Acesso em: 05 abr. 2025.
COMEXSTAT. Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Comex Stat – Geral. Disponível em: https://comexstat.mdic.gov.br/pt/geral. Acesso em: 22 abr. 2025.
IBRAM. Vale investe na Ásia para ter maior competitividade. 2021. Disponível em: https://ibram.org.br/noticia/vale-investe-na-asia-para-ter-maior-competitividade/. Acesso em: 5 mai. 2025.
LEÓN, Lucas Pordeus. Entenda como a taxação do aço e alumínio pelos EUA impacta exportações do Brasil. Agência Brasil, Brasília, 10 fev. 2025. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2025-02/entenda-como-a-taxacao-do-aco-e-aluminio-pelos-eua-impactar-exportacoes-do-brasil. Acesso em: 22 abr. 2025.
MONTANINI, Marcelo. Como a China se preparou para Trump. E como responde a ele. Nexo Jornal, 9 abr. 2025. Disponível em: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2025/04/09/china-eua-trump-tarifa-resposta. Acesso em: 22 abr. 2025.
SCHREIBER, Mariana. As armas do Brasil contra tarifas de Trump: “Retaliar seria suicídio”. BBC News Brasil, 3 abr. 2025. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/articles/c985d78geglo. Acesso em: 19 abr. 2025.
TAX JUSTICE NETWORK. The Corporate Tax Haven Index 2021. Chesham: Tax Justice Network, 2021. Disponível em: https://cthi.taxjustice.net/. Acesso em: 23 jun. 2025.
ZUCMAN, Gabriel. The hidden wealth of nations: the scourge of tax havens. Chicago: University of Chicago Press, 2015.
Redes Sociais