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LACAM/UNIFESSPA E A FAPESPA LANÇARÃO A MATRIZ INSUMO-PRODUTO DO PARÁ E DO SUDESTE PARAENSE

  • Publicado: Terça, 26 de Setembro de 2023, 10h45
  • Última atualização em Terça, 03 de Outubro de 2023, 14h08
  • Acessos: 273

Com o compromisso de contribuir com a comunidade externa e com o desenvolvimento regional, professores e bolsistas que integram o Laboratório de Contas Regionais da Amazônia (Lacam) da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), a Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), produziram uma Matriz Insumo-Produto (MIP); baseando-se em dados da economia do estado do Pará. O evento de lançamento da MIP será no auditório central da Unidade III da Unifesspa, bairro Cidade Jardim, no dia 05 de outubro (próxima quinta-feira), às 15h.

Os dados econômicos que compõem a MIP foram sistematizados e deram origem à Tabela de Recursos e Usos (TRU) da economia paraense, que consiste em uma organização de informações econômicas, administrativas e fiscais relacionadas à estrutura produtiva do estado e o seu desdobramento no país e no mundo. Logo, é válido destacar que MIP e TRU são ferramentas entrelaçadas, o que justifica elas serem entregues à sociedade pelo Lacam e Fapespa quase que ao mesmo tempo, lembrando que a TRU foi lançada em junho deste mesmo ano de 2023, como a primeira TRU produzida de forma integral no estado do Pará

 A Matriz Insumo-Produto, portanto, é derivada da TRU. A partir de cálculos de álgebra linear, a MIP busca informar a relação que as atividades econômicas têm entre si. Um exemplo que pode ser utilizado é o segmento da agropecuária, já que seu crescimento pode impactar diretamente outras atividades econômicas, pois demanda produtos que são gerados por outras atividades. Além disso, também têm impactos indiretos, porque à medida que o segmento da agropecuária cresce, fomenta outros segmentos, gerando, assim, impactos monetários de forma direta e indireta. 

A partir da MIP torna-se viável calcular uma série de outros indicadores identificáveis na economia. Nesse contexto, é possível mensurar o impacto das atividades econômicas na economia como um todo, bem como suas interações, e a influência sobre variáveis como emprego, renda e consumo. Esta é uma ferramenta importante para o planejamento de políticas públicas porque oferece informações aos gestores municipais e estaduais sobre o impacto que um incentivo em determinado setor é capaz de gerar em crescimento econômico, por exemplo.

Fonte: FAPESPA, LACAM - UNIFESSPA (2023).

Este gráfico, por exemplo, apresenta uma comparação em relação ao impacto total que cada uma das atividades causa na economia, tanto para o Pará quanto para o sudeste paraense. Ou seja, qual o crescimento total da produção quando a demanda pelos produtos de determinada atividade crescem em 1 unidade. 

 A Matriz Insumo-Produto produzida pelos pesquisadores e pesquisadoras da Unifesspa foi realizada com informações referentes ao estado do Pará, cujos dados foram disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa). A partir deles foi possível montar a Tabela de Recursos e Usos (TRU), calcular e disponibilizar a Matriz Insumo-Produto do estado e do Sudeste Paraense.

Como benefício concreto, a MIP vai permitir visualizar qual atividade econômica produzida na região impacta diretamente a economia da própria localidade e também possibilitará refletir sobre as razões de determinada atividade econômica local não impactar tanto o território em que está inserida (ou impactar outros locais). No gráfico abaixo, há uma representação desse impacto no Sudeste Paraense: 

Fonte: FAPESPA, LACAM - UNIFESSPA (2023).

Este gráfico apresenta os setores chaves da economia do sudeste paraense. Tais setores são aqueles que demandam relativamente mais da produção local e, ao mesmo tempo, têm um papel importante no abastecimento da região. Por outro lado, existem aqueles segmentos pouco integrados na região (quadrante esquerdo abaixo) e aqueles que encadeiam apenas para trás ou apenas para frente. 

Dessa forma, as informações da MIP podem subsidiar planejamentos para o investimento de determinados setores na região e até mesmo contribuir com o fortalecimento de setores que já existem e que podem estimular outros setores da sociedade. Portanto, nesse campo, é uma ferramenta para planejamento público e privado.

Internamente, na Unifesspa, a MIP apresenta-se como uma potente ferramenta de pesquisa. No âmbito científico será possível pensar o estado e suas políticas de desenvolvimento a partir dessas características.  É uma ferramenta relevante  para a comunidade externa, por colaborar na consolidação de políticas públicas e, também, na comunidade acadêmica, fomentando pesquisas. 

A pesquisa, que envolveu diversos professores e alunos da Faculdade de Ciências Econômicas (Face) e, também, professores parceiros de outras faculdades na estruturação do Laboratório, mostrou a importância de uma inter-relação entre os diversos cursos da Universidade. O projeto permitiu, de forma central, a permanência de diversos alunos na instituição por meio de bolsas, haja vista que os discentes, sob orientação dos professores, participaram da construção da TRU e, posteriormente, da MIP. 

Para o Prof. Dr. Lucas Rodrigues, um dos integrantes do projeto, o principal aprendizado desses anos de pesquisa é o ganho dessa ferramenta para a Unifesspa, uma universidade do interior. “Porque geralmente quem faz essa Matriz Insumo-Produto e a Tabela de Recursos e Usos; ou são instituições nacionais como IBGE, instituições de estatística e economia dos estados, no Pará a Fapespa já tinha feito, ou universidades mais consolidadas. Então nós estamos entregando um produto num curso de economia bem novo”, declarou.

É válido destacar, ainda, que a TRU e a MIP produzidas na Unifesspa não fizeram o uso de consultorias externas. A seu tempo, a equipe estudou e internalizou o conhecimento para o desenvolvimento do projeto. Com esse conhecimento e experiência acumuladas, será possível que a universidade em parceria com o governo do estado, por meio da Fapespa (principal parceira), possa replicar para mais anos e produzir, periodicamente, tanto TRU quanto MIP. A partir dessa periodicidade o estado poderá acompanhar a evolução da própria economia de forma específica, sabendo como as atividades econômicas produzem, empregam, geram de lucro, salário, etc.

 

 

Texto: Laura Guido (Bolsista do Lacam)

 
 
 
 
 
 
 
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