PROGRAMAÇÃO PRÉ-ENEP OFERECE SESSÕES ESPECIAIS NESTA TERÇA-FEIRA
A programação do XXIX Encontro Nacional de Economia Política (ENEP) continua nesta terça-feira (11), recheada de conteúdos imperdíveis e sessões especiais. Entre os destaques, estão discussões sobre "Conflitos Territoriais e Perspectivas de Futuro: a experiência do Sul e Sudeste do Pará", "Economia, Democracia e os Desafios de Realização da COP30 na Amazônia" e "Dinâmica Econômica, Mobilidade Social e Novas Pautas de Políticas Públicas". Essas sessões prometem aprofundar debates essenciais e trazer novas perspectivas para os participantes.
A primeira sessão aborda questões cruciais como conflitos territoriais e perspectiva de futuro, com foco na experiência do Sul e Sudeste do Pará. Seu objetivo é promover uma reflexão sobre os dilemas enfrentados pela humanidade, questões essas que são impostas pelo próprio capital. “Utilizando como fio condutor a experiência de luta e resistência do Sudeste paraense, a sessão é realizada no Instituto Federal do Pará (IFPA) - Campus Rural de Marabá, um local significativo por ter sido uma área doada pelo movimento camponês para a União, a fim de implementar um aparelho educativo”, evidencia o coordenador da Comissão Organizadora Local (COL) do ENEP e coordenador do Laboratório de Contas Regionais da Amazônia (Lacam), professor Giliad Silva.
Este território é imerso pela história e vivência da luta agrária, sendo um espaço de reflexão sobre os rumos da humanidade. A sessão é conduzida por duas figuras de grande relevância: Charles Trocate, uma liderança destacada no Sudeste Paraense e atualmente na direção nacional do Movimento de Luta pela Soberania Popular na Mineração, e Concita Sompré, uma liderança indígena histórica e coordenadora da Federação dos Povos Indígenas do Pará (Fepipa).
A segunda sessão enfoca a Associação Brasileira de Economistas pela Democracia (ABED) e desempenha um papel importante ao considerar as Ciências Econômicas sob a ótica dos sistemas democráticos. A proposta da ABED para discutir a economia, democracia e os desafios da COP30 destaca a importância de considerar os povos afetados e garantir sua participação nos processos decisórios. É essencial pensar na interseção entre economia, democracia e as questões ambientais, levando em conta as consequências das decisões tomadas.
“Frequentemente, os economistas, devido à natureza técnica de sua profissão, podem se esquecer do importante papel político que o Estado desempenha na dinâmica econômica, e a democracia é fundamental para garantir a participação e o acesso de todos, especialmente daqueles que são marginalizados. A existência de uma associação como a ABED, que defende a democracia, pode parecer óbvia, mas em tempos desafiadores como os que o Brasil enfrenta, isso se torna ainda mais significativo. O Enep oferecer um espaço para a ABED é uma forma de reconhecer o papel que a sociedade civil e a economia política podem desempenhar na defesa da democracia”, ressalta o diretor do IEDAR e pesquisador do Lacam, Daniel Nogueira, que compõe a mesa.
A realização da COP30 no estado Pará coloca a Amazônia mais uma vez no centro do debate global, destacando a importância dos povos amazônicos na discussão sobre os desafios econômicos e democráticos. Pensar nos desafios da COP30 significa considerar não apenas os aspectos econômicos e ambientais, mas também a democracia, que é fundamental para garantir os direitos das minorias e daqueles que são mais afetados pelas mudanças climáticas e problemas ambientais.
No encerramento do dia, destaca-se a sessão dedicada ao projeto “Dinâmica Econômica, Mobilidade Social e Novas Pautas de Políticas Públicas", desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Este projeto tem como objetivo compreender as transformações sociais recentes e sua relação com políticas públicas.
“A nossa proposta é criar uma tipologia de estrutura de classe no Brasil, capaz de orientar políticas públicas diante das mudanças na estrutura produtiva e ocupacional, com a redução da ocupação industrial e o crescimento dos serviços. A pesquisa parte da hipótese de que essa nova configuração produtiva tem implicações para a estratificação social brasileira, com o surgimento de demandas e novas políticas públicas ou necessidade de reorganização de outros”, realça o técnico de planejamento e pesquisa do Ipea, André Viana, integrante da mesa.
Através da aplicação dessa tipologia, o estudo busca identificar as mudanças na estrutura social e as novas demandas que surgem. O objetivo é contribuir para uma compreensão mais profunda dessas transformações e fornecer subsídios para políticas públicas mais eficazes.
Confira a programação completa:
https://www.sep.org.br/01_sites/01/index.php/enep-2/enep-programacao
Texto: Kawane Ricarto (Bolsista do Lacam)
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