MINICURSOS DESTACAM MANHÃ DO PRIMEIRO DIA DE PROGRAMAÇÃO OFICIAL DO ENEP
Após os dois primeiros dias de ‘pré-enep’, a programação tradicional do XXIX Encontro Nacional de Economia Política inicia nesta quarta-feira com 5 mini cursos simultâneos discutindo Economia na Amazônia
O XXIX Enep tem reunido, durante os dias de evento, diversos professores e alunos de graduação e pós-graduação de diferentes universidades do Brasil. Acontecendo em Marabá, sudeste do Pará, é a primeira vez, em 29 anos, que o evento ocorre na região Norte. A manhã desta quarta-feira (12), foi marcada por 5 minicursos que ocorreram simultaneamente no 3° andar do bloco multiuso da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa). Denominados como: “Teoria Marxista da Dependência” (Prof. Armando Tafner), “Economia Política da Amazônia” (Prof Aluisio Leal e Osmarino Amâncio - liderança do Movimento Seringueiro), “História do Pensamento Econômico Brasileiro” (professores Carla Curty, Jaime León e Wilson Vieira), “Pensamento Marxista” (profs. Maria de Lourdes Mollo e Raquel de Azevedo) e “Estado e Políticas Públicas” (prof. Paulo Henrique Furtado de Araújo).
O minicurso “Teoria Marxista da Dependência”, ministrado pelo professor Armando Tafner, da Faculdade de Ciências Sociais do Araguaia (Facsat) da Unifesspa, teve como temática “Dependência e destruição ambiental na Amazônia: da superexploração às lutas sociais”. Como objetivo, o minicurso propõe entender o funcionamento dessa teoria e integrar a questão ambiental a ela. “A teoria examina como a degradação ambiental resulta das relações capitalistas, destacando como o avanço do capitalismo na Amazônia prejudica relações milenares e organizações sociais indígenas, quilombolas, camponesas e ribeirinhas, que são desconsideradas em prol da reprodução do capital e da produção para o mercado externo”, explica o professor.
Além deste, o mini curso “História do Pensamento Econômico Brasileiro”, ministrado pelos professores Carla Curty, Jaime León e Wilson Vieira, todos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), teve como tema: “60 anos do golpe: a perspectiva da classe trabalhadora”. Para os professores, a ditadura é um marco importante e a expansão para a Amazônia, local de fronteira, é um marco para a exploração capitalista. “A gente debate a história da formação socioeconômica do Brasil, na perspectiva da classe trabalhadora e tenta dialogar com a classe trabalhadora. Fazemos essa mediação da história do pensamento com o processo da realidade, da formação econômico-social brasileira, e na tentativa de trabalhar as diferentes interpretações sobre o processo histórico da economia brasileira”, destacam os professores.
O minicurso contou com a participação de diversos integrantes do evento, entre eles, estava o professor Jarbas Carneiro, coordenador da Faculdade de Ciências Econômicas. O professor levou, ao espaço de debate, alguns elementos provocativos do ponto de vista da ciência nos estudos relacionados à Economia Brasileira e o processo de ditadura no Brasil, assim, destaca como esse espaço é fundamental num evento científico. “Foi um momento de discussões intensas e cuidadosas, tratando sobre muitos elementos que, inclusive, fazem refletir sobre o nosso próprio trabalho na Unifesspa. Eu, como professor de Economia Brasileira, fiquei bastante contemplado com a discussão. A opção dos professores de apresentar diferentes perspectivas de um mesmo ponto da economia, mostra que, apesar de se posicionarem, não torna um debate especificamente fechado, o que é importante para os pesquisadores das Ciências Sociais Aplicadas”, enfatiza o professor.
A programação do XXIX Encontro Nacional de Economia Política segue na quinta e sexta-feira, na Unidade III da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), com paineis temáticos, espaços de debates e apresentação dos trabalhos submetidos e atividades culturais.
Acompanhe a programação completa em: https://www.sep.org.br/01_sites/01/index.php/enep-2/enep-programacao
Texto: Laura Guido (Bolsista do Lacam)
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