PESQUISADORES DO LACAM PARTICIPAM DE MESAS DE DISCUSSÃO NO XXIX ENEP
Os pesquisadores do Laboratório de Contas Regionais da Amazônia (Lacam) da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) estão participando das mesas de discussão nos dias 13 e 14, que fazem parte da programação do XXIX Encontro Nacional de Economia Política (ENEP), promovido pela Sociedade Brasileira de Economia Política (SEP) e sediado na Unifesspa. O evento está sendo realizado pela primeira na região norte, com o tema: "O capital na berlinda: emergência climática e o lugar da Pan-Amazônia para o futuro da humanidade".
As mesas distribuídas ao longo dos dois dias de evento abordam uma diversidade de temas com a participação dos pesquisadores do laboratório. Entre os principais temas estão: "Questões Regionais e Urbanas", coordenado pelo docente de Ciências Econômicas Rafael Gumiero; "Pesquisa em Economia Heterodoxa, Pobreza Multidimensional e Índices de Preço", coordenado pela mestranda em Desenvolvimento Econômico pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Ana Maria Tigre; “Questões Regionais e Urbanas II” e “Agricultura e Cooperativismo no Desenvolvimento Capitalista’, com a participação do professor do Instituto de Estudos em Desenvolvimento Agrário e Regional (IEDAR), Maurílio Monteiro.
"Taxa de Lucro, Capital Fictício e Crise", coordenado pelo docente de Ciências Econômicas Lucas Rodrigues; "Concorrência Intercapitalista e Dinâmica do Crescimento", com a participação do coordenador do Lacam e da Comissão Organizadora Local (COL) do ENEP, professor Giliad Silva; "Agricultura, Neoextrativismo e Meio Ambiente", com a integração do diretor do IEDAR, professor Daniel Nogueira; e "Questões Regionais e Urbanas III", coordenado pela mestranda do Programa de Pós-Graduação em Planejamento e Desenvolvimento Regional e Urbano na Amazônia (PPGPAM), Tamires Santos.
Na mesa 6, foram discutidos os estudos sobre o Fundo de Financiamento do Nordeste (FNE) nos estados de Pernambuco e Maranhão, além de análises das mudanças econômicas no Nordeste no início do século XXI. Também foi abordado as desigualdades intrarregionais no Pará, focando na distribuição do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO) em atividades agropecuárias. Os estudos exploraram problemas na distribuição de recursos públicos, crescimento acelerado de municípios, e desenvolvimento urbano e regional, destacando desafios comuns enfrentados pelo Norte e Nordeste do Brasil.
A mesa 12 incluiu debates sobre trabalhos que envolvem a economia brasileira e desenvolvimentismo. Foi apresentado o índice de preços, destacando o trabalho revolucionário do Laboratório de Inflação e Custo de Vida de Marabá (Lainc) na criação de uma metodologia para calcular a inflação em Marabá, com uma cesta de consumo própria para o município. O segundo trabalho da mesa discutiu as metodologias de mensuração da pobreza multidimensional, revelando os desafios envolvidos. Por fim, o terceiro trabalho traçou um panorama do desenvolvimentismo e da economia brasileira desde os anos 80.
Na mesa 17, sobre questões regionais e urbanas II, foi discutida a região de Carajás, que engloba a área de influência da Unifesspa. Foi evidenciado que a região tem crescido economicamente acima da média nacional e global, mas seu desenvolvimento é marcado por vínculos com nichos de mercado, falta de cooperação entre agentes locais, externalização de custos sociais e ambientais, e uso inadequado de tecnologias para o bioma amazônico, levantando questões sobre sua competitividade. A mesa 37, sobre agricultura e cooperativismo no desenvolvimento capitalista, foi debatido o crescimento da economia agrária na região de Carajás, impulsionado pelo uso intensivo de químicos como adubos e agrotóxicos.
Na discussão da mesa 23 foram abordados aspectos teóricos e empíricos da taxa de lucro, capital fictício e crise. Um dos artigos explorou o papel da taxa de lucro nas crises capitalistas, enquanto outro examinou empiricamente a queda da taxa de lucro nos Estados Unidos. O terceiro artigo discutiu o endividamento público e os títulos públicos à luz da teoria do capital fictício do filósofo e economista Karl Marx.
Ao finalizar a discussão, foi destacado a importância e riqueza do debate, essencial para os pesquisadores e economistas no evento. Como ressaltou Ana Maria Tigre, "Foi um momento de bastante interação, um momento muito rico, que graças ao ENEP, nós que somos pesquisadores, economistas, podemos contribuir com o diálogo, conversar com os colegas e podemos pensar em melhorias para as pesquisas futuras e continuar colaborando com as pesquisas da área de economia".
Texto: Kawane Ricarto (Bolsista do Lacam)
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